quinta-feira, janeiro 31, 2008

Camiseta para turista mané



Chega de mastigar a língua com seu inglês macarrônico aprendido no colegial ou de hablarse portunhol . Chega de passar vergonha tentando repetir foneticamente as frases prontas do guia da Folha ou do Lonely Planet. Até que enfim lançaram um produto que respeite você, amigo ou amiga turista mané, resolvendo o problema da comunicação e de quebra evitando que você saia desfilando pelo exterior com a camiseta da seleção brasileira achando que tá ar-ra-san-do !

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Epifânia Bananônica

Pois hoje de manhã fui acometido por uma epifânia. Não seus idiotas, epifânia não é o nome da filha da minha empregada, Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza.

Mas voltando ao ocorrido, estava eu em minha sala, fazendo minha leitura diária de mails e notícias do front (política e economia mundial, avanços da direita brasileira no cenário político-social e eliminações no BBB 8) quando fui acometido por uma ereção súbita. Como eu ainda não tinha começado minha navegação diária por páginas de sacanagem e nenhuma de minhas assistentes estava sentada no meu colo no momento da ereção, percebi então que se tratava de um chamado divino. Abaixei as calças, apoiei o pênis entumecido sobre a mesa e coloquei uma bússola sobre ele. Pasmem!, a inclinação do mesmo em relação ao eixo magnético norte-sul da Terra apontava diretamente para uma direção: Banânia!

Compreendendo imediatamente a epifânia que me iluminou, comprei uma passagem para a Banânia no mesmo momento. Chego em Sumpa 22/03 e fico até 13/04. Minhas recomendações são sempre as mesmas: programem as farras e os eventos com antecedência pois serão apenas 24 dias. Mulheres querendo dar tem que tirar senha, as que possuem ainda a senha da minha última visita e não foram atendidas na ocasião por falta de tempo terão prioridade na agenda desta temporada. Sábado dia 05 de abril no Wooly Bully (Vinhedo) ocorrerá o show de 10 anos da Black Jack Rock’n Roll Band – O Maior Power Trio de Três do Mundo - com a participação de todos os membros (antigos e atuais) da banda, uma ótima ocasião para bater dois dedins de prosa e tomar um fogo. Apareçam!


terça-feira, janeiro 29, 2008

Comunista milionário X Monstro imperialista


A caterva está em polvorosa: o arquiteto comunista milionário Oscar Niemeyer presenteou o ditador cadáver de Cuba com uma “lindíssima” escultura de quase 10 toneladas em homenagem ao povo cubano “pela defesa da soberania contra o monstro imperialista”.
Deve ser uma delícia fazer proselitismo com o cu do próximo. Se algum dia eu me tornar milionário como o Niemeyer acho que não vou resistir ao apelo da revolução no cu alheio e bandear-me-ei para o lado da ternura endurecida. Minha primeira medida anti-imperialista será cortar o Toddynho que tomo todas as manhãs e nunca mais mascar chicletes bubabloo de melancia. Uma decisão corajosa que fará ruir as bases de dois simbolos do capitalismo bobo, feio e mau ameaçando ainda mais a vulnerabilidade do império norte-americano terrorista.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Esqui: The Glory

Apesar dessa pose enviadada e arrogante eu não sabia esquiar até então. Uns 15 anos atrás eu tentei aprender mas sem equipamento adequado e nem estrutura didática tudo o que eu fiz foi passar uma tarde vexaminosa em uma estação nos Alpes sem conseguir parar em pé direito.
Fiquei por anos fazendo planos para passar uma semana de férias em alguma estação de esqui com direito à aulas dadas por alguma monitora gostosa de pernas durinhas e traseiro perfeito. O tempo passou, passou e o plano foi ficando esquecido ali no hemisfério cerebral que armazena as promessas, boas intenções e resoluções de ano-novo.
Daí, do nada, heis que recebo um comunicado da empresa dizendo que como fomos bons escravos no ano passado seríamos agraciados com uma estadia numa estação de esqui di-grátis com direito a curso intensivo para os retardados iniciantes (como eu, por exemplo).
O programa foi bem puxado: oito horas diárias de aulas sem direito a pausa para o cafezinho. De 16 iniciantes apenas 6 herois terminaram o curso. Covardes e fracos iam desistindo a cada nova etapa que tinhamos que suplantar. Pelo menos tiveram o bom-senso de criar um grupo só de marmanjos, sem instrutores vestidos de Mickey Mouse e criancinhas mijadas chorando de tédio.
Aprender a esquiar é doloroso, exige esforço de músculos que nem o seu corpo sabia que existiam, exige fôlego, reflexos rápidos e um forte poder de decisão para se esolher, por exemplo, em milésimos de segundo se você esmagará a criança no trenó à frente ou se optará por se atirar ao precipício evitando assim mortes desnecessárias. Confesso que se eu não tivesse parado de fumar há dois anos e não tivesse me transformado em corredor há um ano eu teria abandonado também. Dos meus colegas, o recorde de desistência em menor tempo foi meia-hora após o início do curso. Mas é o caralho: você cai a cada minuto, as pernas doem e os instrutores gritam na sua orelha: "PEDE PRA SAIR SEU FILHO-DA- PUTA, PEDE PRA SAIR !!!!!!!!!!"
Após aprender a controlar, virar e parar com os esquis o mundo toma novas formas, o corpo conhece novos horizontes e novas sensações, uma euforia cósmica toma conta de todo o seu ser estimulada pela adrenalina e você perceberá que que não poderá mais viver sem esquiar pelo menos duas semanas por ano, todos os anos de sua vida.
Hoje, eu abdicaria de xoxotas das mais umectadas mas não abriria mão de uma boa esquiada, deixo aqui a minha dica: não morram sem ter pelo menos um dia tentado esquiar nem que pra isso seja necessário vender um rim ou uma córnea. Não morram sem descobrir este um luxo radioso de sensações.



Esq. para dir: Silvain, Joe Bass, Eric (instrutor), Thomas, Veerle, Els e Patrick. Só os bravos sobreviverão.

Esqui: The Shame

Como nem tudo são flores ...

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Se um buraco no chão houvesse, minha cara enfiaria.


Desfazendo o nó nas pernas



"Aê tio, na boa: enfia essa máquina no cu!"

sábado, janeiro 19, 2008

Gugu Dadá - La Katchatcha

Então tá. Joebass foi esquiar e deixou bem claro que espera muito mesmo que eu inaugure a minha coluna aqui no "Life Goes On". Eu ainda estava pensando sobre o que escreveria, já que falar sobre o way of life de Curitiba não interessaria ninguém, quando me deparei com o post aí de baixo onde fui indiretamente intimada a me manifestar o quanto antes. Imaginei que seria interessante criar uma coluna sobre as histórias sórdidas do Joe (as que ele não tem orgulho de contar, claro) e acredito que Guibass iria adorar contribuir com este tema. Mas como irmão a gente desmoraliza ao vivo, porque via blog não tem a menor graça, decidi que virei postar aqui de vez em quando para falar sobre o lado trash de se ter filhos, porque o lado belo já está nos livros de auto-ajuda e comerciais de inceticida.
Era pra eu publicar uma foto minha ao lado do título da coluna para identificar este texto como uma intervenção externa, mas descobri que não sei fazer isso e vou ter que esperar o Joe voltar da estação de esqui pra me ajudar.
Dedico essa coluna a todos que ainda não tem filhos e aos pais que têm culhões de assumir: "É ruim, mas é bom".


Tá esperando nenêm? Compre uma viseira.

O melhor da vida é dar palpite na vida alheia. Observar como os filhos dos outros são mal-educados, como tem família que é dominada pelas crianças, como a vida da fulana seria mais fácil se ela desse uns cascudos naquele guri pentelho que ela pôs no mundo, como você consegue fazer a sua sobrinha brincar quietinha e a mãe dela não tem a mesma capacidade... enfim, né?

Aí um dia você descobre que tem um desses dentro da sua barriga (ou na barriga da sua esposa/namorada/melhor amiga/pior inimiga, tanto faz), e que um dia ele vai sair de lá esperando ser educado por você.
Essa é a parte mais fácil. Muitos planos começam a brotar de sua cabeça deslumbrada e confusa pela novidade. Você sabe quase nada sobre crianças, mas já tem certeza absoluta de que seu filho não vai chupar chupeta porque estraga os dentes e prejudica na amamentação. Ele não vai assistir TV antes dos 5 anos de idade e só vai brincar com brinquedos educativos e livros que desenvolvem as funções cognitivas do indivíduo. Quer coisa mais horrível do que aquelas mães que abandonam as crianças na frente da televisão? Na praia, só debaixo do guarda-sol, com toneladas de protetor solar, de chapéu e óculos escuros, porque onde já se viu aquela criança correndo da barraca para o mar em pleno sol das 11 da manhã? Você nunca vai se dirigir a ele com aquela voz de idiota que subestima a capacidade infantil. Você vai se manter calma 24 horas por dia pois as crianças sentem no ar as energias negativas do ambiente e isso interfere no temperamento delas. Você estará sempre feliz e saltitante e vai brincar de todas as brincadeiras que ele quiser, na hora que ele te pedir e em qualquer lugar. Tudo será resolvido na conversa, sempre. Você nunca vai levantar o tom de voz como aquela mãe fez com o filho no shopping na frente de todo mundo. E a palavra "não" terá que ser substituída por conversa e argumentação, pois o "não" é uma carga muito negativa pra criança e seu uso deve ser burocratizado.
Seguindo esses conceitos, seu filho será uma criança fofinha, educadinha, compreensiva e penteadinha que NUNCA vai te fazer passar carão ao se jogar no chão do supermercado gritando "eu querooooo". A fórmula da boa educação tá pronta. É só usar e terá um anjinho em casa.

Pode rir agora. Mas alguma dessas coisas você vai pensar. Te garanto.

Bem, passados os primeiros mêses do bebê parido, morando na sua casa, se acostumando com você e seu companheiro(a), você vai começar a notar que este ser tem personalidade e vontade própria e que você não pode fazer nada pra mudar isso. É aí que entra a viseira. Porque vai ser uma saraivada de cuspe na testa sem precedentes. E sem data definida para terminar. Tudo o que você cuspiu pra cima vai voltar quando você menos esperar.

Num dia ele é apenas um bolinho de carne que mama, caga e chora. De repente você percebe que está sendo manipulada para pegá-lo no colo, ou tirá-lo do berço, ou levá-lo pra rua, depende da preferência de cada bebê. Manipulada por um bolinho de carne. Aí, vem a velhinha do apartamento ao lado te lembrar que a chupeta é um ótimo calmante pra nenenzinhos nessa fase, e lá vai você tomar a primeira cusparada no meio da testa.

Depois vai acontecer de você estar na casa de algum amigo que tem filhos pequenos e a tv deles estar ligada no Discovery Kids (um canal da NET do qual todos os pais acabarão, cedo ou tarde, virando dependentes). De repente começa o programa do Barney, aquele dinossauro roxo com voz de idiota, e seu filho dançará ao som do tema de abertura. Você vai achar bonitinho e ficará um pouco assustada também, mas já sairá de lá sabendo que o Discovery Kids fica no canal 45. Um dia, você vai estar apertadíssima pra ir ao banheiro e seu filho vai estar te enchendo o saco querendo colo, e você escutará uma voz lá no fundo da sua cabeça: "canal 45..." Coloque a viseira, pois será a primeira cagada tranquila depois que seu filho nasceu. Depois disso você vai perceber que também pode lavar louça, fazer comida, colocar o lixo no corredor, pentear os cabelos e escovar os dentes.
Praia é um bom lugar pra usar viseira. Faz bem pra pele. Ainda bem. Porque você não vai querer ficar brigando com seu filho pra que ele aceite ficar de chapéu ou óculos. Já basta a choradeira que foi pra passar o protetor solar. Tem mais: você não vai conseguir fazer com que ele fique embaixo do guarda sol e quando der 10 da manhã e o "sol bom" terminar, ele só vai sair da areia debaixo de suborno com doces nada saudáveis, pancada ou ameaça de castigo (depende da dinâmica dos pais).
Você vai ficar muuuuito cansada e perder a xana e ter chiliques assustadores. Vai xingar seu filho de filho da puta (ah se vai), sair pisando duro, vai deixar ele acuadinho e depois morrer de remorso. Vai dar pelo menos um tapa na bunda dele e vai morrer de remorso de novo e vai prometer que nunca mais dará palmadas nele de novo (talvez nunca dê mesmo... depois eu conto).
Cedo ou tarde você vai estar sem saco e trocará a argumentação pelo clássico: "porque não" e o NÃO será sua palavra de fundo. Não faça isso, não suba aí, não pode. Não quero brincar agora, não vou comprar chocolate. Não te conheço (com cara de paisagem enquanto sai de fino e deixa ele deitado no chão do mercado - porque por mais gentil que você seja e por mais anjinho que ele seja, um dia ele VAI deitar no chão do supermercado).
E SIM, você vai falar com voz de idiota com o seu filho e ainda inventará apelidinhos meigos como qualquer mãe saltitante, porque você será totalmente apaixonada por ele.
Cusp, cusp, cusp, cusp. Tudo no meio da sua testa.
Não adianta seguir nenhuma fórmula milagrosa porque, no final, você vai descobrir que existem coisas feias bobas e chatas que já nascem com o ser humano. Ele pode se mostrar violento sem nunca ter assistido a um episódio dos Power Rangers, contar mentiras sem nunca ter sido enganado (coisa que os pais, acho, começam a fazer lá pelos 3 anos da criança... depois eu conto), chorar por pura manha e, sim, se jogar no chão do supermercado.
O negócio é relaxar e saber que, assim como nós, nosso nenêns também vêm com defeito.



Mamãe sendo espancada por um nenêm de um ano e meio.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Globalização no mundo dos blogs

Katchatcha Bass é mãe e jornalista além de ser minha irmã preferida. Leitora assídua deste blog, resolveu criar o dela e lá escreve muuuuuuuuuuuuuuuito de vez em quando. Uma judiação.

Gui Bass é músico e meu irmão predileto. Mora em Londres, morre de inveja de tudo que eu faço e resolveu me imitar criando um blog também. Escreveu quatro posts em 2006 e tres posts em TODO o ano de 2007. Um vagabundo nato.

Como esses dois acima relatam histórias interessantíssimas em seus respectivos diários (coff, coff) e seus leitores os abandonam devido à irregularidade das postagens, resolvi convidá-los a participar cada um com uma coluna para este blog. Em contrapartida este espaço também não ficará muito às traças quando eu estiver sem tempo de atualizá-lo (se bem que com a frequência que estes dois escrevem eu acho que não vai mudar muita coisa por aqui não).
A coluna do Gui Bass será sobre o “way of life” de Londres. Pra falar a verdade ele nem sabe que foi convidado a postar aqui, de início eu vou dar um chup/paste no blog dele e colar aqui até ele escrever algo inédito para nós. Já a Katchatcha recebeu o convite formal e já está bolando o tema da coluna dela. Nem sei qual será mas eu recomendo.

Como esse blog só tem algum assunto quando eu viajo, resolvi ir esquiar neste final de semana na França. Quem sabe minha irmã inaugura a coluna dela durante minha ausência e mantém a bodega em funcionamento...

domingo, janeiro 13, 2008

João Bass, o orgulho do tio!


Esses dias meu sobrinho completou dois anos. João Bass, o orgulho do tio: malandrão, sem-vergonha, divertido, espertalhão e safadinho.
Vejo-o uma vez por ano. Quando o conheci ele já tinha 10 meses de idade, tava doentinho e estranhou um pouco a brutalidade do meu amor contido que guardei por durante 10 meses para demonstrar em duas semanas. A segunda vez que o vi foi tão especial quanto a primeira, ele já estava com um ano e meio. Sua mãe (coincidentemente minha irmã) treinou-o por dias a pronunciar o meu nome e quando encontrei com ele ainda sonolento no berço numa segundona fria de outono ele ergueu os olhinhos e me perguntou: “Tiudjou?”. Quase desmontei.

É interessante não poder acompanhar de perto o desenvolvimento de alguém tão querido, você se surpreende com tudo. Conversando muito rapidamente com ele por Skype (rapidamente pois ele não consegue ficar mais de 30 segundos parado no mesmo lugar) eu faço caretas, imito personagens dos Muppets, finjo morder a mão dele cada vez que ele a coloca na tela, ele solta algumas risadas, bate com a mão no monitor e me pede: “Abre a porta!”. Que pena, essa porta ainda não dá pra abrir. A tecnologia atual já nos permite ver e falar em tempo real com qualquer intelocutor ao redor do mundo mas ainda não avançou suficientemente para que eu abra a “porta” de vidro que nos separa e deixe-o entrar pela tela do computador para pegá-lo no meu colo desse lado de cá do oceano.

Mas tudo bem, em alguns meses eu estarei por lá, passaremos alguns dias badernando e destruindo brinquedos em seu quarto, depois vamos até a praça sei lá qual apreciar umas gostosas e chutar cachorrinhos. A noite assistiremos pela trocentésima vez um maldito dvd com coelinhos felpudos e macaquinhos cantando “cai-cai balão” até ele dormir. De madruga ele vai acordar e eu vou alcançar a mamadeira para ele e fazê-lo deitar novamente até que ele me acorde as 6 da manhã me chamando pra farra: “Tiudjou? Tiudjou? Tiudjou?”. Será, como sempre, mais uma semana deliciosa até que a “porta” de vidro venha a se fechar novamente e nos separe até a próxima temporada.

João Bass, o orgulho do tio: Amado pelas mulheres



"Chega junto, minha nêga!"*
(* Aproveite agora. Você nem tem idéia do quanto isso se torna difícil e custoso com o passar dos tempos)

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Finalizando (Ufa!) os tópicos sobre o Egito:

10 curiosidades que você nunca quis saber sobre o Egito e mesmo que quisesse não haveria um filho-da-puta para voce perguntar:

01- No Egito, prepare-se para ser extorquido 24h/24h, 7 dias por semana. O primeiro tunga já começa na alfândega aeroportuária, quando temos que pagar pelo visto de entrada. Aí voce será enrolado na taxa de câmbio e quando parar pra conferir a merda será tarde demais para reclamar. Depois te enrolarão nas lojas, nos mercados, nos bares, no hotel, no taxi, enfim: aceite, voce será roubado em tudo !

02- O egípcio não limpa o cu com papel. Todos os sanitários possuem uma mangueirinha nojenta para lavar o rabo. Sinal que aquele tio que está preparando o seu kebab com as mãos saturadas de coliformes fecais tem o cu limpinho.

03- Esqueça as filas. Elas não existem no Egito. Para comprar um bilhete de metrô, por exemplo, você terá que se misturar na muvuca, lutar pela sobrevivência e, quando estiver perto do guichê, ser rápido no gatilho exibindo a grana e gritando quantos bilhetes você vai querer. Me saí bem nesse quesito. Aliás, eu me dei bem em todas as tarefas que exigiam um cunho de selvageria.

04- Não importa onde você coma, você terá uma caganeira ardida desde após a primeira refeição até o seu avião decolar de volta pra casa. Eu comi coisas que o corpo humano não foi projetado para processar e tive uma erupção de óleo negro por vários dias.

05- O Egito é o inferno dos bêbados. Pouquíssimos bares possuem licença para vender alcool e encontrá-los é uma arte a parte. Encontrei algumas lojinhas que vendiam cervejas e destilados mas têm-se que ir beber no hotel. Se te pegarem bêbado na rua é “expresso da meia-noite” no ato.

06- O Egito é o inferno dos comedores. A mulherada se esconde dentro de seus véus, burkas e só dá para procriar. Dizem ainda que elas ficam entoando cânticos para Alah durante todo o ato. Eu peguei um bumba cheio de Samiras dentro, num calor de 40 graus no deserto, quase morri com o cheiro do smegma. Aconselho a não arriscar.

07- Atravessar as ruas do Cairo exige técnica apurada e muito treino. Sugiro que não se tente atravessar uma avenida logo de cara. Comece por ruas menores e vá aumentando o grau de dificuldades. O desafio final pode ser em qualquer avenida que saia da praça El Tahrir. Se você não morrer, parabéns! (eu vi um tio atravessar uma vaca de uma tonelada nessa avenida, certamente ele devia ser faixa-preta décimo dam em atravessar ruas)

08- Visto que quase ninguém fala inglês ou qualquer outra língua que não seja o árabe, você será obrigado a reviver o Marcel Marceau que existe dentro de você. Minhas melhores mímicas foram para comprar papel-higiênico e inseticida. Um show de representação.

09- Você se perderá o tempo todo já que quase todas as placas de rua estão escritas em árabe. Pior, ninguém saberá te ajudar pois mesmo mostrando o mapa para o cidadão é pouco provável que ele entendenda o alfabeto ocidental. Sente e chore, Alah sempre manda a salvação.

10- Você terminará a viagem exausto, desidratado, com o cu assado de tanta diarréia, com os pés escamados pela fina areia que impregna todo, louco para tomar uma cerveja e dar uminha. Apesar de tudo você voltará apaixonado por essa terra de loucos e começará a planejar sua próxima estadia onde Ramsés perdeu as botas.

Bom, finalmente com este post encerra-se a saga na terra de Alah. Próximo destino: Faixa de Gaza e Territórios ocupados. Não sossego enquanto não traçar uma mulher-bomba com burka e tudo.



Pirâmide de Miquerinos, a minha preferida. Acho que é por causa do racho vertical que ela ostenta na face norte e que me fez lembrar de uma xoxota invertida

sexta-feira, janeiro 04, 2008

O Sahara tem dessas coisas ...

Um "click" cá, outro acolá


O Sol mandou avisar: "Aê Mané, vai ser foda !!!"


Minha dromedária amada. Foi a única presença feminina marcante num raio de 500 km


Se perdeu, Mané? Siga o rumo do sol



O corpo sendo cuidadosamente hidratado


Amanhã de manhã, vou pedir um café pra nós dois ...
(Saudades da minha amada dromedária...)

Egito: People & Arts

(Sempre da esquerda para a direita...)

Samira, Rachida e Samira


Samira e Mohamed


Ahmed


Mohamed, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Samira, Rachida, Samira, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Mohamed e Ahmed



Ahmed, Mohamed, Ahmed e Mohamed Al Jaffar



Mohamed


Ahmed, Mohamed, Ahmed e Mohamed



Samira, Rachida, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Mohamed, Ahmed, Mohamed e Ahmed



Ahmed, Mohamed, Ahmed e Ali Aqca Jr


Rachida, Samira, Rachida, Samira, Rachida e Samira



O egípcio adora aparecer numa foto. É só você tirar o seu aparelho (fotográfico) pra fora que sempre aparece um monte de criancinhas (ou mesmo alguns adultos) pedindo para serem fotografados.

Assim sendo, fiz esta seleção de algumas fotos que tirei deste povo tão hospitaleiro.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Pesadelo Kafkaniano

Virar um inseto é o cacete. Pesadelo de Kafka é isso aqui:

Brasileiros na Argentina não conseguem embarcar de volta para casa (G1)

terça-feira, janeiro 01, 2008

Alexandria, um banquinho e um violão

Fundada por Alexandre (o Grande) com a intenção de coroar a sua vitória sobre o Egito uns 300 anos antes de Cristo, Alexandria foi o porto mais importante da antiguidade, possuia uma das 7 maravilhas do mundo antigo (o Farol de Alexandria), abrigou o palácio de Cleópatra VII (sim, existiram 7 Cleópatras mas só a mais piroqueira ficou conhecida) e foi palco da maior CA-GA-DA da história de toda a humanidade (explicarei adiante).

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Vista da Baía de Alexandria. A esquerda situava-se o famoso farol e ao centro despontava o palácio de Cleópatra, a Pistoleira


Bom, falemos da maior CA-GA-DA da história da humanidade. Alexandria possuiu a maior biblioteca da história da humanidade. Sendo o ponto de ligação entre o ocidente e o oriente, seus idealizadores cuidaram para que ela ostentasse pergaminhos de todos os povos e culturas conhecidos na época. A biblioteca chegou a abrigar 900.000 pergaminhos sobre vários assuntos e em vários idiomas diferentes. Um verdadeiro marco do saber, atraía estudiosos de várias partes do mundo para consultar o seu acervo.

Mas daí chega o energúmeno do Marco Antônio e resolve colocar fogo na frota de barcos romana para incentivar suas legiões. Essa maneira estúpida de incentivo de pessoal era bastante utilizada no passado, Alexandre o grande foi um dos adeptos da destruição de tesouros para motivar as tropas a conquistar tudo o que foi destruído novamente.
Pois é, o cara tava lá de bobeira, comendo a Cleópatra e sem muitas emoções na vida, resolveu tocar fogo na frota. Porém, o porto antigo situava-se em frente à biblioteca e o fogo se espalhou ...
900.000 pergaminhos cuidadosamente selecionado por uma junta curadora de intelectuais virou cinza.
Construiram recentemente outra biblioteca no mesmo local e existe um esforço em transformá-la num grande centro do saber novamente. Por via das dúvidas transferiram o porto para um outro lado da cidade.



Atual Biblioteca de Alexandria. A arquitetura de gosto duvudoso eu deixo para ser comentada pela nossa leitora arquiteta e fundamentalista radical Maíra (desculpem-me mas eu não tenho mais saco pra isso)

Alexandria: Uma Guarujá fundamentalista



Dia de luz, festa de sol, e um barquinho a deslizar, no macio azul do mar


Formando o homem-bomba do futuro



O poder da linguagem corporativa


A Esfinge velando o favelão