quarta-feira, junho 21, 2006

A Copa do Mundo no Mundo

Bom, existem coisas mais interessantes do que falar dos jogos do Brasil na primeira etapa.
Sempre assim. Adversários ruinzinhos e jogos sofríveis.
Hoje resolvi participar de algo que realmente vale a pena: Vim até Delft (Holanda), comprei uma camiseta laranja choque e me misturei com a chusma enfurecida para assistir Argentina x Holanda.
Os implacáveis argentinos não passaram pelos holandeses. O Samba Tevez não fez sua coreografia ruinzinha e a moral dos hermanos não vai continuar tão em alta como já estevez (huuumm, mas que rima besta...)

Mission accomplish. Please, enter the next target...

segunda-feira, junho 12, 2006

O melhor da Copa longe do Brasil

Copa do mundo longe do Brasil é bom demais.
Voces não podem imaginar o quanto é bom não ouvir nem de longe a voz de Galvão ou Tino Marcos. Não ouvir a análise do primeiro tempo feita pelo Dadá Maravilha ou pelo Casagrande.
Não ouvir a narração emocionada desses neutros narradores comemorando os gols do "brasileiro" Zinha jogando pelo México ou elogiando a atuação formidável do juíz brasileiro que acabou de roubar um penalti do Ghana nesse exato minuto.
Outro ponto positivo são as análises de intervalo de jogo. O legendário Jean-Marie Pfaf, goleiro belga desconhecido pela humanidade mas admirado por todos que colecionavam as figurinhas do chiclete Ploc discorre em altas análises junto com seus ex-companheiros de seleção: Van Der Val, Van Der Lay e Van Der Son.
Ninguém defende ninguém, ninguém fala mal de ninguém.

Em tempo: Para mim e Pfaf, o primeiro jogo de futebol de gente grande nessa Copa é definitivamente Ghana e Itália. Eu sou definitivamente pelo Ghana pois um país onde metade da população morre de fome, outra metade morre de AIDS e a terceira metade morre em guerras tribais, nada mais justo para eles do que passar para a segunda fase, ainda mais com o trocadilho do nome se mostrando vero. A briga vai ser feia pois a República Tcheca também está mostrando um futebol de responsa. Esse grupo é de longe o mais legal de todos.
Já o grupo do Brasil, nem dá pra mostrar entusiasmo. Foi legal assistir a Austrália enrabar o "fortíssimo Japão de Zico e Alex" (Para o Galvão, todos os jogadores que renunciaram a nacionalidade brasileira para defender algum time estrangeiro são motivo de orgulho pois representam a foooorça do futebol brasileiro pelo mundo. Incapazes de se mostrarem "escaláveis" no Brasil muitos brazucas foram surfar em outras praias. Melhor pra eles, mas o Galvão deveria dizer que o japonês Alex levou uma entrada dura do mexicano Zinha, por exemplo).
Ah, já ia me esquecendo de comentar, a FIFA mandou meter cartão pra tudo, principalmente pra malandro que faz cena. Os juízes tão distribuindo cartão em todas as ocasiões e a galera obrigatoriamente tá maneirando. O que eu estou mais gostando é de ver jogador tendo que "engolir o choro" mesmo se foi ferido mortalmente. Se o juiz não acreditar que o ferimento foi mortal e proposital ele mete cartão no mané. Vários morrerão nos vestiários mas ninguém vai se dispor a toa pra sair com mais um cartão amarelo nas costas.

Dia a Dia no Trabalho : A Copa do Mundo

Sim, a Copa do Mundo também é assunto exaustivamente discutido mesmo quando voce se encontra em um país que não se qualificou para a mesma.
As opiniões se dividem: alguns torcem para o Brasil, outros apoiam nações mal-fodidas da Africa, poucos se dividem entre o eixo do mal formado por França, Alemanha e Itália e ninguém, absolutamente ninguém se atreve a assumir publicamente na minha presença que irá torcer para a Argentina.
Amanhã para a estréia vamos todos para o boteco do centro esportivo ao lado onde Vaso Miralovic já tratou de instalar um telão enorme para podermos assistir o Brasil jogando como se estivéssemos em campo.
Eu espero que o Brasil vá longe senão eu terei que sumir do trabalho por uns dois meses para evitar a gozação geral.
Estamos acompanhando todos os jogos do refeitório da empresa. Os primeiros cinco que chegam podem ligar os Lap-Top na rede e além de assistir aos jogos podem também navegar por páginas de sacanagem. Outros tem que se contentar em apenar assistir ao jogo e trabalhar ao mesmo tempo. Mas ficamos todos lá, numerosos, com um olho na tela e um olho no micro. Hoje abrimos umas champagnes que sobraram de uma festa recente, amanhã teremos cerveja.
Amanhã eu não vou de terno. Vou de bermuda e camiseta falsificada oficial da seleção. Pedi também para o meu chefe não me passar tarefas que exijam do meu cérebro nos dias dos jogos do Brasil. Ele entendeu que eu preciso me concentrar muito para o evento e vai maneirar nas exigencias. Ele sabe que isso é só durante o mês de junho e julho. Em agosto ele sabe que eu tiro quinze dias de férias para relaxar do stress da Copa e voltarei novinho em folha para o trabalho.
Agora licença, to torcendo pra Ghana como um louco.

Em Londres, não deixe de ver:

Lincon's In:



No quarteirão de Chancery Lane existe o complexo universitário de "Lincon's in". Local tranquilo e maneiro que ilustra uma Londres intelectual do final do século passado.
Pra ser muito sincero, o que eu mais curti do lugar foi a cacofonia.
Quando meu irmão me sugeriu ir até "Lincon's in" minha reação foi automática: "- Cuzim de quem?"

quarta-feira, junho 07, 2006

Londres em Cinco Imagens

Minha vida em Londres em cinco imagens.
Vamos ver se vocês me entendem:

1)


2)


3)


4)



5)



Sacaram?????

terça-feira, junho 06, 2006

London - Viadagem's time

Vou ser muito breve, mesmo porque esta cada dia mais difícil postar relatos e fotos aqui no velho e atrasado blogger.
Eu assisti e gostei da gosma cinematográfica denominada "Um Lugar Chamado Notting Hill". Gostei mesmo, sem gozação.
Acho que o fato de William Thacker (Hugh Grant) seduzir a desejada atriz fodona de cinema Anna Scott (Julia Roberts) acabou por lançar rios de esperança para os loosers e afins. Até eu mesmo comecei a acreditar que é possível sair de manhã para passear no parque e voltar pra casa casado com a Jennifer Connelly (Rainha dos loosers por interpretar só mulheres mal fodidas e problemáticas em tramas que nunca acabam bem, pelo menos pra ela.)

Passeando pela PortoBello Road eu me senti mais próximo de comer a Julia Roberts e ainda pude contemplar a livraria onde foi filmada algumas cenas do filme. Eu sei, é muita viadagem mas eu não pude resistir.

PS: Não contem com imagens minhas atreladas a monumentos, locais turísticos ou históricos. Eu me recuso a posar para fotos desse tipo. Isso é coisa pra turista babaca.

Da Vinci Code Rules !!!!!


Tenho que confessar que apesar das críticas destrutivas de literários, religiosos e historiadores, Da Vinci Code é do caralho, divertidíssimo e difícil de largar.
Após começar a leitura do livro, amigos e parentes escreveram ou ligaram para a polícia belga para notificar meu desaparecimento. Fui encontrado alguns dias depois, delirando de febre, desidratado, desnutrido, mijado e cagado pois, de que eu me lembre, li o livro de uma tacada só, sem parar para absolutamente nada.
O filme serviu para me ajudar a ilustrar as situações do livro mas sei que quem não leu o livro não vai aprovar o filme. Bem fraquinho por sinal, mas nada fraco para a legião doentia de fãs de Dan Brown. Eu sou um deles.
Bom, todo mundo acha que o livro ou o filme se resume no museu do Louvre ou na igreja do Santo Suplício. Errado!
O roteiro turístico do Código da Vinci vai além da pequena tela de Monalisa no Museu do Louvre e ganha dimensões fascinantes.
Bom, resolvi seguir a trilha turística do livro em Londres (não, a última igreja da trama é na Escócia e eu não tive tempo nem grana para visitá-la) e fui procurar a "Temple Church", uma igreja construída pelos cavaleiros templários em 1182 e esquecida pela humanidade.
Segundo o padre responsavel, ninguém sabia da existência dessa igreja até a febre do livro. Mas nada se compara a notoriedade que a pequena igreja templária recebeu após receber alguns minutos do filme dedicados à ela.
No filme, a dupla de heróis visita erroneamente a igreja atrás de uma suposta pista e o vilão Silas bota pra quebrar. (Não vou ficar contando tudo, né ? caralho.)
Tivemos o privilégio de visitar o local no mesmo horário que o afinador de orgãos fazia sua função. O resultado era um ambiente macabro, desafinado e irritante pois a porra do afinador só sabia produzir meia dúzia de acordes.
Enfin, recomendo uma passagem pela "Temple Church", outrora perdida no meio do bairro jurídico da capital Inglesa e agora revelada ao mundo.


Finalizando minha reportagem sobre a igreja dos Templários, eu não poderia deixar de tirar uma foto ao lado do pouco que sobrou desses heróis incógnitos:

Ah, já ia me esquecendo, na avenida que passa acima da igreja fica o coração jurídico de Londres. É lá que todos que erram prestam contas à sociedade, desde o traficante de maria-mole até o estuprador de cabras.
No filme aparece uma imagem do Palácio da Justiça. Foi numa das salas deste palácio que outrora se reunira Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha, Homem-Invisível e Aquaman.

London, London ...


Pois como eu havia dito, fui passar uns dias em Londres com meu mano para refrescar as idéias e curtir um pouco as boas farras que em toda a puta de minha vida nunca foram tão intensas como minhas farras em Londres.
Foi bom voltar para lá como turista endinheirado. Deus sabe o quanto eu pastei naquela cidade.
Fiz questão de visitar ex-empregadores e antigos amigos de calvários.
Não pude deixar de ir jantar no "Abeno" e rever meus colegas japas de trabalho . Não pude deixar de comer meu yakisoba de porco para lembrar os dias em que esse mísero prato era minha única refeição do dia.
Para minha tristeza, constatei que a internet boqueta que eu prestava serviços como homem-placa fechou.
Para minha tristeza o puteiro "Pink Pussy Cat" situado just em frente do "Red Lion Pub" fechou também e bebi uma nostálgica cerveja em homenagem ao meu amigo Fab Fucker sem contemplar o rebolado semi-nú de uma dezena de putinhas decadentes que tentavam atrair alguns pobres coitados para dentro do puteiro pulguento.
Triste realidade a metamorfose do mundo. Que deus proteja as putas do PPC* e nossas boas lembranças dos bons tempos.
Em tempo: o pulgueiro fedido que íamos às sextas para curtir "Manuella and the Music Makers" continua lá. Tomei uma cerva com meu amigo Brian e soube que a Manuella foi banida do espaço artístico por possuir um "caráter instável". (Maior cachaceira essa Manuella, o "caráter instável" dela foi o mesmo vilão que me baniu dos palcos há anos atrás).

PS: Não poderia deixar de dizer que o boteco "Red Lion Pub" em Londres foi o point de encontro de Karl Marx , Friedrich Engels e seu simpatizantes. O manifesto comunista foi assinado em uma sala anexa ao pub no andar superior que guarda uma coleção de fotos do histórico dia bem como a mobília original na mesma disposição do evento.
Vejam só: eu, um direitista conservator, TFP, UDN, Opus Dei, sentando meu nobre traseiro no mesmo local onde um monte de comunista colaram seus rabos sujos para ficar discutindo merda e lançar um manifesto intelectual sobre tal.
Com licença, vou até o banheiro lavar a bunda e já volto.



Afeganistão tupiniquim

Ontem eu e minha esposa fomos a uma despedida de uma prima dela que passará o próximo ano dando a volta ao mundo a bordo de um veleiro junto com seu marido e filhos.
Após várias champagnes na cuca eu resolvi visitar o "museu" instalado em uma das salas da casa onde podíamos assistir a vídeos interativos sobre o veleiro em questão, visitar virtualmente todas as escalas que eles farão, apreciar fotos da família feliz de marinheiros (ai meu saco...) e finalmente assinar o livro de visita com encorajamentos e mensagens de incentivos.
Minha atenção foi imediatamente atraída para um mapa-mundi gigantesco com o trajeto todo traçado com barbantes coloridos e alfinetes. Para a minha surpresa descobri que a familia aventureira fará escala na Venezuela mas não passará nem perto do Brasil.
Foi então que eu resolvi tirar satisfações com o primo da Cláudia para saber o porque da não-visitação à minha ex-pátria amada. O motivo é muito simples, eles eram amigos do navegador neozelandes Peter Blake que, após viajar pelo mundo todo por mais de uma década, encontrou a morte num assalto por piratas quando estava ancorado no Amapá. (O link leva para uma página excelente sobre o velejador e vale muito a pena conhecê-lo).
Ainda tive que ouvir que enquanto o Brasil for como um Afeganistão ou um Iraque ele não colocaria a vida da família em risco para visitar, coroando o dicurso dizendo que não existia um "estado de direito" por lá.
O pior de tudo é que eu não encontrei nenhum argumento para defender a ex-pátria amada. Juro que tentei pensar em algo mas preferi ficar calado diante da falta total de consistência da minha tese de defesa.


Enquanto isso o paraíba analfabeto deslancha nas pesquisas eleitorais. Povinho bunda vota em bunda. É isso aí. Bendita a hora em que me auto-exilei.