terça-feira, junho 24, 2008

Mãe é mãe ...

Ando muito distante disso tudo por um motivo muito nobre: minha mãe está passando uns dias aqui comigo. Pois é, todo bruto possue uma mãe e curte - muito de vez em quando - a presença de sua respectiva genitora no seio de seu lar.
Eu estou curtindo horrores a visita da minha. Ela me fez pão-de-queijo, lavou e passou minhas camisas e me ensinou a fazer apfelstrudel. Desnecessário frisar que meu apartamento está um brinco. Mami desencardiu os azulejos, lavou as janelas e organizou minha cozinha. Minhas cuecas recuperaram a cor original e não possuem mais aquelas marcas de gosma peniana. Um luxo radioso de sensações. Em troca eu levo a véia pra cima e pra baixo. Descobri que misturando Prozac com Jack Daniel's eu consigo suportar todos os roteiros para turista mané que existem aqui nesta terra. Fui até mesmo a Bruges sem amaldiçoar a humanidade. Quem já esteve aqui em casa sabe muuuuito bem o que isso significa.

Sobrou um tempinho para deixar essa notinha aqui pois a véia foi passar uns dias em Londres, na casa do meu irmão. Ela tá curtindo horrores por lá.
Semana passada fomos à Luxemburgo, Bruges (aaaaargh!), Walcourt, Bruxelas e arredores. Fomos até a um parque de diversões passar uma tarde deliciosa. Quando ela sair de Londres vamos bandear pela Holanda e depois passaremos um findi em Paris. Coisinha logo ali.

O triste vai ser o vazio que acometerá meu ser no dia quando eu for levá-la para o aeroporto. Vai dar uma bruta saudades desses dias em que eu voltei a ser criança. Eu só não, tenho certeza que meu irmão também lembrará com carinho desses dias.



Aqui, Mami leva eu e meu irmãozinho passear às margens de um rio em Luxemburgo. Só não voltamos a mamar por respeito às muxibas da véia.

quarta-feira, junho 04, 2008

Back to the Viadinho's Time

Tirando uma excelente safra de heavy-metal, musicalmente os anos 80 foram um poço sem fundo de pederastia, viadagem e androgenia.
Eu era um adolescente metaleiro nesta época, tinha cabelos compridos, ouvia Iron Maiden e saía quebrando tudo na rua. Eu andava com um bando de moleques fedorentos e mal-vestidos, as pessoas ficavam assustadas quando nos cruzavam pelas ruas e as meninas não se aproximavam a um raio de menos de cinquenta metros de nós. O pior é que tínhamos absoluto orgulho da caterva asqueirosa que éramos.
Nos meados dos anos 80, porém, meu corpo começou a produzir testosterona. Essa testosterona foi se acumulando, acumulando, acumulando e finalmente chegou o dia que percebi que seria muito mais interessante desfrutar da companhia de meninas ao invés de vadiar com vândalos e espancar idosos. O problema era que para se aproximar de garotas seria necessário adotar um comportamento qua às agradassem e era aí que quase viramos todos viados um dia sem saber.
Minha metamorfose em andrógeno new wave foi difícil. Uma “noite dançante” no colégio onde eu estudava se anunciava e eu precisava aprender justamente a dançar para me aproximar das garotas. Era uma merda, eu me fechava no quarto e tentava reproduzir os passos toscos que havia visto no Som Pop da TV Cultura (isso rende outro post) num clipe do B52’s. Aliás, quando anunciavam clipes de Adam and Ants, Culture Club, Duran Duran e outras viadagens eu ficava lá, de olho, anotando mentalmente todos os detalhes dos movimentos para depois tentar reproduzi-los, sincronizar pés, mãos e cabeça trancado no meu quarto.
O “baile dançante” chegou, dancei como um paranormal, me aproximei pela primeira vez de garotas e dei meu primeiro beijo na boca em uma guria de banho tomado. Antes só rolava umas sujinhas e muito de vez em quando. Tudo foi muito mágico e eu não percebia que era muito mais honroso bater a cabeça na parede ouvindo Black Sabbath do que me vestir com um blazer preto de mangas dobradas, ostentar uma ridícula franja descolorida com oxigenada só para tentar parecer com o Simon Le Bon. Uma vergonha lastimável.

O ápice da minha viadagem foi ir a um show do Metrô (quem nasceu depois dos 80 favor abster-se) e ficar cantando junto com a banda toda aquela viadagem de “Sândalo de Dandi” ou “Ti-Ti-Ti”. No final do show fui até os camarins e consegui ganhar um beijo (na bochecha, claro) da Virginie. Beijo que de tão apaixonante foi, me fez ficar três semanas sem lavar o rosto para preservar a marca de batom da penosa.
Era meu fim. Daí para dar o cu existia apenas uma fina e delicada linha verde-limão fosforecente.
Foi o Camisa de Vênus que me libertou. Eu tinha ido num show deles por causa da única canção que rolava nas rádios: “Eu não matei Joana D’Arc”. Foi arrebatador. Quando me encontrei com o verdadeiro repertório do Camisa eu percebi o erro que estava cometendo em tentar ser tão “new wave”. O punk que estava ao meu lado me deu um murro na boca e nesse momento o macho-alfa que estava adormecido em mim despertou. Primeiro soltei um urro e depois comecei a esmurrar o punk. Ele caiu no chão e todos ao redor começaram a chutá-lo. Infelizmente, na confusão eu caí no chão também e levei chutes impiedosos por todo o corpo. Quando consegui me levantar vi que minha boca sangrava copiosamente e o ódio corroeu minh’alma. Usando o corpo do punk caído como trampolim eu me atirei sobre o palco para o desespero dos seguranças que não conseguiram me impedir. Marcelo Nova pegou na minha mão e me ajudou a levantar, fiquei por alguns segundos pulando como um possuído em cima do palco e, percebendo a aproximação dos gorilas seguranças, me atirei na platéia. Tudo foi muito lindo, minha roupa estava imunda de sangue, eu estava cheio de cortes e hematomas.

Depois daquele dia eu comprei uma guitarra e aprendi a tocar o repertório do Camisa e de outros revoltados da época (Plebe Rude, Replicantes, 365, etc). Aprendi também que as garotas adoram homens que empunham uma guitarra e graças a isso eu arrumei minha primeira namorada (que por sinal é uma grande amiga e leitora desse blog). Minha primeira namorada se foi e eu arrumei outra. Depois outra e depois outras.
Já velho e cansado eu comprei um baixo e não comi mais ninguém. Não que eu não quisesse mas é que as mulheres não dão para baixistas. Ninguém sabe direito para que serve o baixo em uma banda e diante desta dúvida o melhor a fazer é não dar para um baixista. Sob nenhuma circunstância.



" E bota pra fudê, mano..."

80's TOP 15 da viadagem

Abaixo, relacionei por ordem alfabética o TOP 15 das bandas enviadadas e andrógenas que pululavam minha adolescência durante o brega’s time.

Pesquisem-nas por vossas contas e riscos. Aconselho-vos a não olhar diretamente dentro dos olhos do tecladista do Depeche Mode e do Boy George, vocalista do Culture Club. O risco de querer sair dando o cu é iminente.


  1. Alphaville

  2. Classix Nouveaux

  3. Culture Club

  4. Depeche Mode

  5. Double U

  6. Duran Duran

  7. Erasure

  8. Eurythmics

  9. Pet Shop Boys

  10. Roxy Music

  11. Simple Minds

  12. Spandau Ballet

  13. Tears for Fears

  14. Ultravox

  15. When in Rome

Meu herói !

Deu no G1 :

Julgamento de triângulo amoroso chega ao STF
Homem teve 11 filhos com a esposa e outros 9 com a amante.
Amante teve pedido de partilha da aposentadoria do falecido negado.



(...) Nesta terça-feira (3), os ministros da mais alta corte do país estiveram às voltas com um triângulo amoroso entre o fiscal de renda Valdemar do Amor Divino, a mulher dele, Railda Conceição Santos, e a amante, Joana da Paixão Luz. E tiveram que discutir a pendenga judicial de sete anos entre as duas em torno da pensão dele, que já morreu (...) Homem teve 11 filhos com a esposa e outros 9 com a amante (...)

Isso sim é o que podemos chamar de “amor divino”. O cara teve 20 filhos !!! ca-ra-lho!!! 9 destes foi com a amante!!!
Pergunto-me apenas como foi que ele conseguiu gerenciar tudo isso durante 37 anos (!)
O detalhe delicioso fica por conta dos sobrenomes. Acho que essa notícia é um “hoax”. Só pode...