terça-feira, dezembro 06, 2005

Canary Islands


Localizado no Oceano Atlântico, ao sul das Ilhas Madeiras e a oeste da costa do Marrocos, o arquipélago das Ilhas Canárias foi escala obrigatória em todas as travessias oceânicas de Cristovão Colombo, foi campo de batalha entre ingleses e espanhóis inclusive custando o olho esquerdo do Lord Nelson num desses quebra-pau, foi local de treinamento das tropas do ditador espanhol Franco e serviu de palco para minha lua-de-mel.
Formado por sete ilhas (El Hierro, La Palma, La Gomera,Tenerife, Gran-Canária, Fuerteventura e Lanzarote), essa possessão espanhola possui uma variedade enorme de paisagens maravilhosamente esculpidas por erupções vulcânicas e correntes marítimas. O clima é quente e agradável o ano inteiro, o mar é cristalino, as cidades e seus habitantes lembram algum lugar no interior de Minas Gerais e as mulheres não são gostosas (salvo as turistas européias em geral mas não vi muitas por lá na época pois era baixa temporada).

Das sete ilhas, a que apresenta a melhor estrutura para o turismo é a mais conhecida de todas: Tenerife. Infelizmente só sobrevoamos Tenerife, passando quase que em voo rasante sobre seu vulcão e pico culminante. Não tivemos tempo nem dinheiro para explorá-la. Em compensação, curtimos a ilha de Gran-Canária até ficarmos de saco-cheio.
Na verdade eu mal sabia da existencia desse pequeno paraíso tropical. Nas vésperas (véspera MESMO) do meu casamento, minha sogrinha amigona resolveu nos presentear com uma viagem. Como casamos no dia primeiro de julho (início da alta-temporada européia) a dificuldade para encontrar um destino diferente do corriqueiro foi enorme. Após horas e horas de pesquisas em sites de companhias aéreas optei pela Gran-Canária, o que não foi muito difícil: era o único lugar do planeta que ainda tinha lugar no avião pelo preço que poderíamos pagar.
A ilha apresenta uma estrutura honesta para turistas endinheirados (o que não era o nosso caso) mas como fomos em baixa-temporada para o turismo local conseguimos acomodações em hotéis bons pela metade do preço. Só nos estrepamos quando resolvemos seguir o guia que compramos. Cada tentativa de economizar saía mais caro que ficar torrando o rabo e enchendo a cara na praia que nos hospedamos.
Aliás, eu reescreveria as duzentas páginas do guia em poucas linhas: chegando no aeroporto vá direto para Porto de Mogan (foto acima e ao lado) , hospede-se no hotel Club de Mar, seja simpático com a Gina (recepcionista do hotel) que ela te arruma um belo quarto com vista pra marina e, quando o saco estourar, alugue um carro e faça o tour costeiro da ilha mas volte para dormir no mesmo hotel.
A capital, Las Palmas, merece um dia de visita. Uma mistura de Havana com Santos, lojas e mais lojas free-shop, monumentos históricos, belas construções coloniais espanholas e um cheirinho de merda com peixe-morto no ar.
O termo "free-shop" é muito atraente mas somente para os endinheirados. Os preços são realmente muito mais em conta do que as lojas convencionais e mais em conta até que as lojas de aeroportos mas nem a dedução de 100% das taxas consegue tornar barato perfumes Chanel, Hugo Boss ou Armani, muito menos bolsas Louis Vuitton. Não pelo menos para o meu bolso.
Nossa única aquisição foi uma bela barraca com sacos de dormir do "El Corte Ingles" que não usamos pela inexistência de campings decentes na ilha mas que nos deu no saco carregar pra cima e pra baixo.




Las Palmas de Gran Canaria, Claudinha admirando os arredores da Catedral de Santa Ana


As estradas são bem interessantes. Esculpidas nas falésias e extremamente estreitas, proporcionam emoções ímpares quando são percorridas a bordo de "guaguas" (onibus local) devidamente pilotados por motoristas insanos. Tem que tomar "dramin" antes se voce quiser apreciar a bela paisagem. O "dramin" será amigo de todas as horas, servirá também para velejar no mar agitado da região e ajudará a diminuir a sensação de vácuo estomacal após vomitar a paella podre comida num boteco pé-sujo na tentativa inútil de fazer alguma economia.
No quesito "custo", a ilha não deixa muito a desejar. Por ser possessão espanhola, a moeda local é o euro, o que acaba por resumir que nada será barato ou bom negócio por lá.

Curiosidade:
Ilhas Canarias não recebeu esse nome por ser uma ilha repleta de canários como a fonética nos leva a crer.
O nome vem de "Canis", cão em latim. O arquipélago recebeu esse nome devido à grande população de cães econtrada após a chegada dos primeiros habitantes.
Isso me leva a crer que os colonizadores espanhóis que lá viviam nos primórdios deviam morrer de tanto se coçar ou de desespero já que zoonoses como bicho-de-pé, bicho geográfico e berne era o mínimo que se podia pegar pisando em bosta de cachorro na areia da praia.




Ponto Positivo: Puerto de Mogan, a marina os esportes aquáticos, velejar ao cair do sol, hotel Club de Mar e a Gina (recepcionista gostosa)
Ponto Negativo: Preços, falta de mulher gostosa na baixa temporada e o transporte público

Foto Abaixo: Momento poético de um nascer do sol em Porto Mogan e eu me preparando para mais um dia no mar pescando golfinhos.



3 Comments:

At 6:12 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi, Joey! Metal, baby, metal!! Foi uma das coisas mais inusitadas que eu encontrei aqui, essa estatua do tiozinho...e quer saber? esse sinal representando a UT comemorou 50 anos mes passado, com direito a parada e festa. Quem inventou isso foi um (disse UM) cheerleader da UT, que a contragosto do presidente da universidade (ele disse pro moleque - onde jah se viu? vc sabe o que isso significa na Italia?), imitou o chifre do boi (BEVO)com as maozinhas...o Texas jah era heavy metal antes do heavy metal!!
beijao
karina

 
At 6:08 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi.
Já tô em Curitiba. Longe do Marino e bem entediada te peço, encarecidamente, para atualizar seu delicioso blog mais vezes pra que eu tenha algum acrécimo de diversão no meu dia.
Amo-te
Katia

 
At 12:37 PM, Anonymous Anônimo said...

Gu, vou fazer um esforço, OK?
Final de ano, sabe como é, né?
Beijos

 

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