quarta-feira, fevereiro 14, 2007

A vingança dos justos

Vizinhança perfeita são duas palavras que juntas me soam tão irreal quanto papai-noel, loira inteligente ou gaúcho macho. Eu gostaria de morar em Melrose Place onde todos trepam com todas ou até mesmo em Pleasentville onde ninguém trepa mas também não enche o saco de ninguém. Mas não: vivo em um prédio onde velhinhas requenguelas rabujentas e crianças malcriadas e barulhentas disputam palmo a palmo espaço com casais em pé-de-guerra e vizinhos folgados.
A velharada eu até tolero pois elas vão dormir cedo, portanto torram a paciência menos horas por dia, além de que um dia eu também serei velho, brocha e cheio de coréga na boca. Os casais em guerra e as crianças barulhentas eu também consigo levar e relevar após a quinta dose de vodka e dois comprimidos de valiuns. O foda são os vizinhos folgados. Essa raça é o cancro da sociedade moderna que tenta a passos lentos civilizar-se. Eu tenho vários desses aqui no prédio.
Dois deles chamam atenção pelo excesso de folga, usando todas as áreas públicas do edifício como extensão de seus apartamentos. Não raro eu chego em casa e no meu andar tem uma estante podre ou uma bicicleta abandonada no hall e que só irá desaparecer dentro de duas ou três semanas depois de muuuuita reclamação. O pior é que são sempre os mesmos.
Esses mesmos vizinhos tem o hábito de estacionar os carrinhos de seus bebês na escadaria. É o cacete isso. Eu chego do supermercado cheio de sacolas e tenho que fazer malabarismos para passar por eles espremido entre o corrimão e a bosta dos carrinhos. Descer a roupa suja para ir à lavanderia ou subir com a roupa limpa também se torna uma missão digna de empregados do "Cirque du Soleil".
Um certo dia, após fazer contorcionismo para passar com minhas compras pela escada eu resolvi reclamar. Reclamei uma, duas, tres, várias vezes. De nada adiantou, os carrinhos de bebês continuavam lá, parecia provocação.
Foi quando eu descobri uma técnica de conscientização incrível, que funciona muito bem para educar gente folgada e, desde que comecei a aplicá-la, dois ou tres dias depois os carrinhos desapareceram! Depois de alguns meses eles teimam em voltar a entupir o corredor e as escadas com tranqueiras, então eu volto a aplicar minha técnica infalível e: Tchan-Tchan! Elas desaparecem poucos dias depois.
Além dos carrinhos de bebês, tenho usado minha técnica de conscientização social em absolutamente tudo que "esquecem" na área comum do prédio e nos carros que param de qualquer jeito no estacionamento. Para os carros acho que a técnica terá de ser aperfeiçoada e eu terei que passar do número 1 para o número dois.
Abaixo, uma foto minha em momento de fúria, aplicando minha exclusiva técnica de conscientização social em um dos carrinhos de bebê largado em área comum do prédio.

* Obs: esse carrinho é reincidente pela terceira vez. Se mijar dentro não funcionar mais, ele vai levar um barro logo logo ...




6 Comments:

At 4:30 PM, Blogger Talita Maris said...

Muito bom vir aqui e ler suas histórias "tragicômicas"...E dou o maior apoio contra seus vizinhos folgados, pode ter certeza que eles vão aprender...Abs

 
At 5:45 PM, Anonymous Anônimo said...

Estou chegando a conclusão que vc já está se tornando um velho caquetico, estressado e porque não dizer chato !!!!
To achando que vc não tá conseguindo chegar no banheiro pra despejar aquele monte de cerveja...Coitado dos seus vizinhos !
He, He, He !!!

bjksproces
Celsão

 
At 11:01 AM, Anonymous Anônimo said...

Minha flor!

Conheço um diretor de cinema MA-RA-VI-LHO-SO que adoraria atores com sua experiência e know-how para cenas kinky, topa?

 
At 3:26 PM, Anonymous Anônimo said...

Bom, reincidente pela 3a.vez ... então o cheirinho está agradando ao bebê!!Vc está fazendo sua boa ação, vai para o céu com cerveja, ops...certeza!!!

 
At 5:37 PM, Blogger SrtaJu said...

Gostei da técnica,mas como eu faria para aplicá-la se necessário?! que bom q vc tem mangueirinha...
HUmmm, tive uma idéia ...fazer numa jarrinha antes.
É.

 
At 2:13 AM, Anonymous Anônimo said...

Caga de uma vez.

 

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