segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Cutucaram a onça com a vara curta...

Que as tais "charges" iam dar em merda todo mundo sabia. Por muito menos do que isso Salman Rushdie, escritor indiano radicado no Reino Unido, recebeu uma sentença de morte do aiatolá Khomeini pela publicação de seu livro "Versos Satãnicos".
Eu li esse livro chato por pura curiosidade em torno da polêmica que se formou na época em que a cabeça do escritor valia o seu peso em ouro.
Segundo o escritor, o Alcorão foi inventado por Maomé e as "revelações" vinham sempre segundo as necessidades particulares do profeta, Gabriel nunca teria aparecido realmente à Maomé e tudo aquilo era fruto de suas alucinações por conta de seus sucessivos ataques epiléticos. Foi o suficiente para que o homem só tivesse paz e fosse esquecido após a morte do Aiatolá.
Liberdade de expressão por liberdade de expressão, eu não ouvi falar de ameaças de morte por parte da igreja católica contra o cineasta Jean-Luc Godard quando em 1985 o mundo assistiu abismado ao seu clássico "Je Vous Salue Marie" (Versão subversiva da história do nascimento de Jesus. Na versão de Godard, Maria é uma estudante que joga basquete, José é um motorista de táxi e o Anjo Gabriel é mais violento do que se possa imaginar.
Indicado ao Urso de Ouro, conquistou apenas uma menção honrosa no Festival de Berlim). Na época, a igreja pressionou governos, usou a política e meios obscuros para reforçar sua crítica e conseguiu impedir a exibição do filme em alguns países (Brasil, por exemplo). Nada que o tempo não releve: hoje em dia, qualquer um pode encontrar o filme em qualquer locadora que ainda possua um acervo de VHS embolorado.
A igreja também não mandou matar o escritor Dan Brown que de uma maneira rocambolesca reuniu dezenas de teorias da conspiração diferentes para ilustrar em seu romance que Jesus comeu Madalena e que tiveram descendentes entre outras coisas nada católicas. O "Código da Vinci" provocou reações adversas da "Santa Sé" mas nada que o impedisse de se tornar um best-seller mundial e o autor continua vivo.
Também não ouvi falar se o mossad sequestrou e currou o Spilberg para que ele parasse com as filmagens de "Munique". Na verdade o filme só mostra que judeu se faz de coitadinho mas é bem safadinho e rancoroso. Como todos os povos.
A queda de braço agora é entre a europa inquisitora onde os descrentes queimavam em fogueiras e um mundo obscuro onde as mulheres são obrigadas a esconder o rosto e os ladrões são executados em público, sem direito a julgamento. A coisa vai longe...
O mais interessante é que todos são contra a guerra e pregam a paz e o amor.
É a corrida para o fim do mundo. Ninguém quer ser o último a chegar.

PS: Antes do fechamento dessa edição, recebi 7 e-mails com ameaças de morte: tres de muçulmanos radicais, um de um membro da Opus-Dei, dois do mossad e um do FBI. Um homem-bomba explodiu na esquina de casa (erro de cálculo) e três muçulmanas me escreveram querendo dar. Não se pode mais exercer com tranquilidade o direito à liberdade de expressão nesse mundo vão!
Feliz era o pastor que chutava a santa e nem foi linchado.

2 Comments:

At 7:10 PM, Blogger Guilherme Aguiar said...

Fala tche!
Viu a treta q deu aqui com os quadrinhos Dinamarqueses? Vai brincando...
Saudade de ti, minha bixa!
BEIJOS!!!

 
At 7:52 PM, Blogger Guilherme Aguiar said...

A proposito, dei um update aqui e passei a tarde lendo seu blog!
MANDA MAIS!

 

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