quarta-feira, março 12, 2008

E viva a diplomacia Bananônica !

Eu ia evitar comentar sobre esse assunto mas a coisa está tão ridícula que eu não poderia me abster.
Falar sobre imigração ilegal seria cuspir para cima já que quando vim para cá eu ainda não estava regularizado e só depois de casar eu pude colocar em dia toda a papelada. Quando me exilei na Bélgica eu já falava fluente o francês e já sabia razoavelmente o holandês além de falar o inglês e um pouco de alemão. Eu já era formado e já tinha trabalhado duas curtas temporadas na europa (França e Holanda), tinha morado também em Londres, o que me ajudou a aperfeiçoar o inglês. Logo após ter minha situação regularizada eu arrumei emprego na minha área com todas as mordomias que o cargo me permitia. Não sofri e nem sofro algum tipo de preconceito por não ter origem européia e recebo no mínimo cinco telefonemas por mês de “headhunters” me oferecendo emprego. Sou fodão? Não, sou preparado. Passei dezesseis anos estudando, trabalhando, aprendendo outras línguas, conhecendo outras culturas antes de sair me aventurando pelo mundo afora.

Daí a Helma chega em Madrid e diz que vai ficar na casa do noivo, o Javier. Cansados de ouvir esse papo furado os agentes de imigração foram checar a informação e constataram que o tal do Javier já tinha sido preso cinco vezes por exploração sexual.
Uma outra, a Valteriane (se eu tiver uma filha já sei que nome darei!) fala pros ómi que ela vai ficar hospedada na casa do Elvis, um amigo. E lá vão os agentes investigar e descobrem que o Elvis está ilegal no país. E toca a mandar a Valteriane pra casa junto com a Helma e na companhia de outras Suélens, Waldecildos e Maricleides.

O babalorixá da Banânia deveria criar uma ferramenta de controle para evitar que Valterianes embarquem em um vôo sem estar em posse de todas as exigências para poder entrar no país de destino. Ao invés disso, decidiu sair distribuindo porrada nos gringos que por lá desembarcam e que certamente trariam muito mais benefícios para o país gastando seus suados euros nos hotéis, no comércio ou no turismo sexual comendo algumas adolecentes, do que a Valteriane levaria em valor agregado para a Espanha. Assistir a um vídeo como essa me deixa consternado e constrangido.

Por conta das Valterianes, as polícias duaneiras européias endureceram o cerco aos ilegais acabando por prejudicar pessoas que realmente representariam a Banânia de forma positiva.




Invasão Bananônica em Londres

Em Londres a invasão de imigrantes legais ou ilegais vindos da Banânia é gritante.Existe até mesmo uma série de serviços dedicado a essa faixa de mercado. Desnecessário frisar que o mal-caratismo corre solto. Folheando uma publicação local destinado ao público lusófono podemos encontrar anúncios de oferta de moradia em casas insalubres, venda de documento falsos, ofertas de casamento-branco e por aí vai. Quando se vive clandestino na Inglaterra, o limiar entre o certo e o errado praticamente não existe quando o assunto é sobrevivência.

Conheci um rapaz que era açogueiro em algum lugar do interior do Paraná e que, maravilhado pelas histórias que ele ouvira de um primo que estava ficando “milionário” como chefe de cozinha, resolveu vender tudo o que tinha e largou a mulher passando fome na Banânia para poder tentar a sorte em Londres. Não sabia falar absolutamente nada em inglês e não possuia um visto que o permitisse trabalhar. Em pouco tempo ele já estava sondando escritórios clandestinos que vendiam documentos falsos e ofereciam emprego escravo em algum lugar escondido do país a preços exorbitantes. Ou era isso ou voltar pra casa sem um puto no bolso. Não sei como essa história terminou mas sei que começou mal. Encontrei-o várias vezes vagando pelas ruas vestido como um boia-fria, usando seu inseparável boné com propaganda política de algum candidato - tipo “Vote Zé do pancadão” – e com sua mochila da CVC turismo nas costas. Vinha sempre chorar suas mazelas e infelicidades até que arrumamos um emprego para ele. Não ficou mais do que 4 horas trabalhando e pediu demissão, disse: “Isso não é emprego pra gente mas sim emprego pra bicho”. Então tá!

As histórias são assustadoras e a legião de picaretas e golpistas é enorme. A maneira que autoridades britânicas encontram para controlar esse caos é justamente impedindo a entrada de Valterianes no país. Infelizmente, o efeito colateral de todo esse controle é a deportação de turistas que não tem nada a ver com o pato.


Bananeiros na Smurflândia


Apesar de fazer parte da Comunidade Européia, a Smurflândia não é o destino preferido dos ilegais da Banânia. As barreiras linguísticas desestimulam um pouco os que não falam francês ou holandês. Lógico que sempre tem os que insistem.
Uns anos atrás, fizeram uma blitz em um canteiro de obra dentro de uma empresa que eu prestava colsultoria. Dessa blitz saíram 30 trabalhadores clandestinos sendo 19 deles brasileiros. Como eu vivo sacaneando com todo mundo, o povo viu nisso um prato cheio para me encher o saco e eu ouvi piadinhas jocosas por um bom tempo.
Fora isso, conheci alguns brasileiros que aqui vivem. Na maioria são mulheres casadas com belgas e estudantes de mestrado ou doutorado. Lógico que sempre tem aquela Valteriane que o maridão achou em puteiro de beira de igarapé quando foi fazer um turismo sexual na Banânia (berço se nasce, não se compra então fica difícil dissimular a origem), mas de um modo geral a Smurflândia ainda está longe de sair caçando bananeiros por aí e se transformar no pesadelo do turista bem intencionado.

Acharam o texto acima descriminatório, preconceituoso e segregacionista? Oras, vocês não esperavam pobrismo, vitimismo ou qualquer outra imbecilidade politicamente correta de minha parte, não é?

Acharam o texto longo demais? Oras, são vocês mesmos que reclamam quando o tio fica dias sem postar nada.

Agora vou até ali relaxar e gozar pois minha viagem à Banânia está cada dia mais próxima e além de enfrentar os atrasos costumeiros dos aviões bananeiros eu ainda corro o risco de levar um "pedala Robinho" dos agentes alfandegários.


6 Comments:

At 9:11 PM, Anonymous Anônimo said...

Tio Joe, se eu falar pros agentes de imigração que eu ficarei na sua casa eles me deixarão entrar?

 
At 3:26 PM, Anonymous Anônimo said...

nada disso é novo né?
Eu nunca fui maltratada na Bélgica, nem na alfândega, nem na comune nem por qualquer pessoa que conheci. Mas não posso dizer o mesmo da PF aqui no Brasil. Deixando de lado que o visto do meu namorado demorou mais de 2 anos para sair, eles tratam os estrangeiros pior que cachorro sarnento. E se não falar português, pior ainda. Por isso sempre fui junto e ficava com aquela cara demoníaca de "não vem Tião, que sou eu que pago teu salariozonho de 8 mil".. bjs, Maíra

 
At 4:05 PM, Blogger Joe Bass said...

Alfredo, aaaaaaaaa-a-a-a-a-aaaaaaaaahhhhhhhhhhhhmigooooo!Mande o Lato que eu chuto pro gol.

Renata, acima de tudo, NUNCA diga que vocês cogitam visitar Joe Bass. A tortura sodômica começará pela alfândega.

Maíra Xirua, eu já tinha ouvido falar que a puliça da banânia adora judiar dos gringos. Parabéns pro seu namorado que não é brasileiro mas mesmo assim nunca desiste. Eu que brasileiro sou já desisti faz tempo.

 
At 1:05 AM, Blogger Lele Rizzo said...

Ainda bem que a gente vai chegar de trem. Mas se prenderem a gente em Frankfur, foi porque a gente disse que ia visitar nosso amigo Joe na Smurflândia (e eles foram verificar e descobriram que o tal Joe era um explorador sexual, no bom sentido, é claro)

 
At 12:52 AM, Blogger Guilherme Aguiar said...

Fala Joe! Olha só, o nome do brazuca açogueiro que nao aguentou segurar uma placa na esquina por mais que duas horas e foi-se embora gemendo: "Isso num é trabái pa gente, isso é trabái pa bixu!" era Gilberto! Lembrei! No demais, pra ser sincero, AMEI ver o espanhol sendo barrado na imigração Brasileira... sei que você vai me odiar por isso, mas não pude evitar. Como bom brazuca que sou, já fui tratado que nem chinelo velho em imigração européia e sei o quão humilhante pode ser você ser tratado como criminoso pelo simples fato de ser Brasileiro. Ver o espanhol boca-mole voltar pra casa, ainda que ele só tenha esperado três horas pra embarcar de volta (em contraste com os 3 dias que os Brasileiros passaram numa cela no aeroporto, sem banho e pior, CHEIO DE OUTROS BRAZUCAS!), ainda que ele não tenha sido algemado e tratado como bandido, encheu meu coração com uma alegria proibida que só senti quando vi o Grêmio ser goleado pelo Ajax na Libertadores da América. EM FIM, DEUS EXISTE!

 
At 9:52 PM, Blogger Joe Bass said...

É Gui, minha maior decepção é ver que você é um banânio eterno. Pode dar as mãos pro Gilberto e sair cantando as mazelas dos fodidos e mal pagos em território estrangeiro:
"Vem vamos embora que esperar não é saber ..."
Deixa de ser chinelo, ô Mané !

 

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