domingo, outubro 16, 2005

Já fez um ano...

Foi no dia 15 de setembro de 2004 que eu partilhei minha última refeição com meus familiares e saí pelo mundo.
Eu já havia saído pelo mundo outras vezes mas dessa vez era diferente: eu simplesmente não sabia o que eu iria fazer mundo afora.
Mas o desejo de mudar era grande. Movido por uma série de fatores (sócio insuportável, Lulalá, crise economica eterna) fechei minha empresa, que por incrível que pareça ia muito bem, vendi minhas coisas ( saudades de voces, meu Rikembacker e meu carrinho), comprei minha passagem e me mandei.
O destino foi Londres pois meu irmão já morava lá. Extremamente otimista, o filhodaputa do Gui me passou confiança e me fez acreditar em uma sobrevivencia promissora. Importante frizar que se não fosse esse meu amado filhodaputa eu não teria tido pique para encarar toda essas mudanças.
Cheguei em Amsterdãm e fui direto pra Paris, de Paris direto pra Grenoble encontrar meus antigos amigos de faculdade.
Foi uma semana de puro extase, milhões de compromissos sociais e mais de mil €uros torrados na farra.
De uma certa maneira essa semana de transição me ajudou a suportar a falta da minha mãe, da minha irmã e principalmente da minha amada esposa que na época era minha namorada.
Passada essa semana o caldo entornou e eu caí na real: estava fodido.
Minha chegada em Londres deu-se numa madrugada do dia 24 de outubro. Ninguém para me esperar na rodoviária, nenhum comércio aberto para comprar um cartão telefonico, só me restava esperar.
E esperei.......... esperei até as 6 da matina quando abriu o primeiro indiano da esquina e eu pude finalmente comprar meu cartão telefonico e chamar por socorro.
Meu irmão estava viajando e minha "cunhada" (na época) estava muuuuito cansada, como sempre, para ir me buscar. Me passou todas as informações de metro e onibus para que eu pudesse chegar sem erros em Finsbury Park. Optei por um taxi.
Condesso que Londres não me passou uma boa imagem de início e nem nos próximos tres meses.
Sem ver vestígios da luz do sol e com o dinheiro acabando eu cheguei a sentar na Shoho Square e chorar copiosamente.
Minha querida ex-cunhada (ex, graças a deus) me aturou por dez dias e delicadamente me tocou de casa. Fui morar num pulgueiro cheio de ratos na Caledonian Road onde eu dividia um apartamento com mais sete brasileiros fudidos e mal pagos. Eu era o mais fudido entre todos eles.
Levou mais de um mes para arrumar emprego e mesmo assm eu tive que começar por baixo: homem-placa. Abaixo de mim, na cadeia social, só existiam os mendigos.
E assim começa a saga...

1 Comments:

At 10:49 AM, Anonymous Anônimo said...

Estou pasma com tua saga, mas tb tens muita coragem p encarar o desconhecido...creio q ha certos propositos estranhos em tudo...inclusive ter reencontrado vc nesta decada, com Lula aqui e tudo mais...Elaine

 

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